Já dizia o ditado popular: “tempo
é dinheiro”. Ninguém anda jogando dinheiro fora, nem dando a grana que possui
para qualquer um na rua. Mas, então, por que a cada dia mais artifícios são
criados com a finalidade de se “matar o tempo”? Se gasta o dinheiro com aquilo
que não vai acrescentar em nada e ainda faz o tempo passar mais rápido. Uma
inconsistência da modernidade. Existem muitos passatempos disponíveis por aí, e
por meio deles as pessoas jogam fora o bem mais precioso que possuem. E ao
mesmo tempo, você as ouve dizer: não tenho tempo!
Inúmeras opções de
entretenimento, várias alternativas de programas, diversas possibilidades de se
preencher a corrida agenda diária com atividades que matam o tempo. Não
bastasse o tempo no trabalho, no trânsito, no restaurante, na academia e etc,
as pessoas precisam preencher todo o seu tempo do dia com um monte de
atividades que não servem para nada.
É certo que ninguém é uma máquina
de trabalhar e que se deve parar para descansar e ter lazer; mas não há um
momento do dia em que não se faz nada. Até nas horas de parar as pessoas estão
fazendo algo; é uma necessidade insana de estar o tempo todo ocupado, mesmo que
seja para passar o tempo. Uma incongruência da sociedade.
Erroneamente se diz que um papo
entre amigos é “jogar conversa fora”. Mas, se for para “perder tempo”, que seja
investindo em uma boa conversa, ao invés de jogá-lo no lixo assistindo
televisão. A própria noção de perda de tempo se relativizou, pois o que outrora
fora considerado riqueza, como, por exemplo, uma refeição em família, se
reduziu ao ato de comer em frente ao computador, falando ao celular. Perda de
tempo!
Na verdade, o que se busca com
essa perda de tempo diária é preencher com um sentido o coração. A finalidade
de se ocupar a agenda com mil atividades, a ponto de não haver tempo para mais
nada, é ocupar o vazio da vida. As pessoas estão em busca de uma razão que lhes
dê sentido de viver; não importa se essa razão não possui sentido algum. Por
isso existe tanto entretenimento. Por isso matar o tempo é normal. Eis a inconsistência
dos tempos de hoje.
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