segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

ÉTICA FICA BEM: 4. A camisa que todos devem vestir


Eis uma pequena charge que ilustra a cena de uma repartição pública. O desenho contempla duas mesas, três servidores vestidos socialmente, estáticos a contemplar Dona Marlene, que chega com mãos ocupadas com papeis. Esta uma mulher está vestida com uma roupa transparente, que choca seus colegas de trabalho, pois é possível visualizar a roupa íntima dela, constrangedoramente. No único balão da charge, lê-se o comentário de um dos servidores sobre a mulher: “Acho que a dona Marlene não entendeu a Lei da Transparência no Serviço Público.”.

Apesar de inicialmente despretensiosa, a pequena charge leva-nos a uma reflexão sobre diversos assuntos referentes à ética. Podemos imaginar os critérios que dona Marlene teria levado em conta para decidir ir trabalhar vestida daquela forma: qual a imagem que os cidadãos teriam dos serviços prestados pela servidora ao entrar naquela sessão? Podemos ponderar o desconforto dos colegas de dona Marlene no serviço; pensar na real aplicação da Lei da Transparência; refletir sobre nosso ambiente de trabalho, tentando identificar qualquer semelhança com o desenho irônico.

Como servidores conscientes de nosso valor, precisamos nos disciplinar a ter uma opinião sobre os assuntos relacionados a esses aspectos. Precisamos refletir sobre nossa postura dentro do ambiente de trabalho, afinal, temos uma enorme responsabilidade: somos visualizados 24 horas por dia como agentes públicos!

No caso da charge, concluímos que o bom senso seria um ponto de partida razoável para a solução de um dos problemas na repartição em que dona Marlene trabalha. Com relação as suas roupas, faltou-lhe bom senso para escolher o que vestir no ambiente de trabalho. Para manter-se impessoal no tratamento com o público externo, preservar a sua privacidade e a imagem da instituição, Marlene poderia ter escolhido roupas mais apropriadas.

A chefia da servidora ou até mesmo os seus colegas de trabalho, no caso, poderiam chamar-lhe a atenção com discrição, privativamente, a fim de resolver o constrangimento, sem problemas. Relacionamentos saudáveis no ambiente de trabalho inspiram honestidade nas relações, sem que haja rudeza ou hostilidade. Assim, servidores maduros e conscientes de seu valor sabem receber críticas e realizá-las observando os princípios éticos.

De toda forma, inspirados na história da dona Marlene, a conclusão é: o equilíbrio é sempre recomendável. Tanto na hora de vestir, como na hora de se relacionar no ambiente de trabalho, bem como no momento de elogiar e criticar o colega, o bom senso sempre fica bem. Essa é a camisa que todos devem vestir!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

ÉTICA FICA BEM: 3. Festa de Democracia

O período de eleições para um país como o Brasil deveria ser uma festa de democracia para toda a população. Afinal, o direito de votar é a legitimação do poder do povo. Mas, infelizmente, a liberdade, o respeito e a moralidade não é o que sempre reparamos nesse momento.

Pelas ruas, espalhado, encontra-se um vulto enorme de lixo gerado pelas propagandas eleitorais. Além disso, há candidatos que difamam os adversários, aqueles que desrespeitam as regras eleitorais para obter vantagens indevidas sobre os demais, e eleitores que agridem uns aos outros por causa de política. O que deveria ser o exercício legal de um direito passa a ser uma série de condutas imorais e atentatórias aos interesses públicos, lamentavelmente.

Preocupada com moralidade, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República resolveu divulgar algumas recomendações sobre esse momento no país:

Os servidores entusiastas de determinado candidato devem prestar muita atenção nas suas condutas durante o horário de trabalho, nas suas repartições. Durante a jornada de trabalho, não é permitido fazer campanha eleitoral. Recomenda-se que não se use material publicitário de candidatos dentro das Seções, tais como canetas, bonés, santinhos, camisetas, chaveiros, calendários e outros brindes típicos desse momento. É necessário manter a impessoalidade no exercício da função pública;

Os servidores que se candidataram a algum cargo eletivo devem seguir as orientações da Advocacia Geral da União já divulgadas com antecedência. Com relação a eles, é importante lembrar que quem atende ao padrão ético do Serviço Público não deve se utilizar do ambiente de trabalho para angariar votos, nem contar com a utilização de recursos materiais, humanos ou eletrônicos do órgão para fazer campanha eleitoral. Aquele que infringe essas regras, além de ser antiético, comete crime eleitoral, e não merece ser eleito.

A missão de cada um é trabalhar para o engrandecimento da nação, para a finalidade pública. Dessa forma, o agente público não pode perder de vista que dentro ou fora da Seção, ele deve se conduzir de maneira ética e moral, pois representa o Estado; é uma pessoa pública. Durante as eleições, isso não muda, pelo contrário, é mais importante ainda.


Os servidores públicos podem colaborar para que as eleições sejam uma festa de democracia! Para isso, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República sugere a leitura da Cartilha sobre as eleições de 2014, disponível no site dela: http://etica.planalto.gov.br/

Se você tem conhecimento de qualquer irregularidade ocorrida durante o período eleitoral, relacionado aos problemas citados acima, não deixe de contatar a Comissão de Ética do órgão.