sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A LUTA PELA IGUALDADE: UM TIRO PELA CULATRA


As mulheres lutam há bastante tempo por sua emancipação. Reivindicam direitos sociais e políticos, igualdade, mercado de trabalho, liberdade sexual e por aí vai. Em termos de respeito e valor, não há como negar que grande avanço foi conquistado. Ao longo da história, a mulher sofreu diversas discriminações, com o aval da sociedade machista, dependendo em tudo das permissões que cabia somente aos homens lhes conceder. Hoje, no Brasil, a mulher pode manifestar sua opinião, trabalhar e receber o seu salário em equivalência ao do homem, participar da vida política do país, ser tratada com dignidade dentro de casa. É notório que muitos dos direitos conquistados até os dias de hoje são legítimos e nada menos que justos, mas há muito ainda o que avançar na luta pela valorização da mulher.
Entretanto, analisando bem a trajetória da mulher, percebe-se que a busca pela igualdade, em alguns aspectos, saiu como um tiro pela culatra. Muitas vezes, a mulher, inspirada pela tirania com a qual foi tratada, sob o ódio cultivado no decorrer do tempo, espelhou o seu ideal de igualdade no reflexo mais obscuro e desprezível do homem. Ao invés de desejar a liberdade para constituir a sua família em pé de igualdade com seu esposo, por exemplo, a mulher passou a desejar a vida promíscua, caracterizada pela pluralidade de parceiros e a opção de escolha entre relacionamentos homo e heterossexuais.
Algumas mulheres, a pretexto de exercerem os direitos de sua tão preciosa emancipação, usam seu poder indevidamente para desprezar os filhos, ridicularizar os colegas, chantagear o marido, menosprezar os que estiverem a sua volta, não fazendo nada a menos que repetir o duro comportamento que os homens lhes conferiram por tanto tempo, despejando sua cólera em cima dos outros. Essa conduta é completamente reprovável e revela a conquista de uma igualdade equivocada.
A ideia de igualdade deve tomar sempre como parâmetro a noção de homem íntegro, trabalhador, decente, fiel, dedicado à família. Caso contrário, a mulher se tornará tão caída quanto o seu opressor. Esse tipo de igualdade, caída, distorcida, jamais deve ser desejado pelas mulheres, porque não as edifica, nem colabora para uma sociedade melhor.
Além desse aspecto, as vantagens que se imaginava em obter conquistando o mercado de trabalho não parecem hoje tão benéficas assim. Se antes a mulher, deveria zelar por sua casa, cuidar dos filhos, cozinhar e satisfazer o seu marido, agora, ela faz tudo isso e deve ainda muito mais. A participação da mulher no orçamento da casa deposita sobre ela uma responsabilidade adicional, pois além dos afazeres da casa, ela lida com as obrigações decorrentes do trabalho fora, e embora existam alguns maridos que ajudem no cuidado da casa, o padrão mais comum é o de deixar mais esse dever a cargo da mulher.
Quando a mulher deseja fugir das obrigações dentro casa, para dedicar-se ao trabalho, eximindo-se de exercer o seu precioso valor como mãe, filha, esposa, a tendência é que ela caminhe para o lado oposto da relação entre trabalho e família. Ela passa a se ausentar, deixar os filhos em creche de tempo integral, se abster dos relacionamentos domésticos e permitir que o ritmo da vida familiar seja ditado pela televisão ou pelas empregadas domésticas, deixando a cargo da escola a educação das crianças, e do entretenimento, o afeto que deveria dedicar ao esposo.
As mulheres mais jovens de hoje também deixaram de se envolver com as tarefas domésticas e estão pouco a pouco perdendo as noções básicas de como preparar uma refeição, organizar a casa, limpar as coisas, arrumar suas roupas. Infelizmente, a sociedade se voltou de tal forma às necessidades de formação profissional e ingresso qualificado no mercado de trabalho, que as mulheres não veem outro imperativo senão o de se dedicar a ter uma carreira profissional; estão se tornando cada vez mais alienadas da vida cotidiana doméstica e despreparadas para darem conta de si mesmas.
Diante dessas coisas todas, não acredito que as mulheres devam retroceder na sua luta. A igualdade é um valor essencial à vida digna, e não há como se falar em sociedade justa sem que a ideia de igualdade esteja presente. Essa ideia se relaciona a máxima de que os desiguais são tratados igualmente na medida de suas desigualdades, pois homem e mulher jamais serão iguais em tudo.
Com esses argumentos defendo a redefinição da igualdade, defendo a reflexão sobre o verdadeiro papel da mulher na família, no trabalho, na política. Acredito que as feministas foram longe demais e reivindicaram para as mulheres uma igualdade equivocada, uma liberdade desprezível e o fardo pesado do trabalho fora de casa, que nos sobrecarrega. É hora de as mulheres refletirem os verdadeiros valores que as empurra a ver e viver a vida como a modernidade impõe.
Eu entendo que a luta da mulher não deve ser exercida a fim de alcançar anarquia (na política e dentro da família) ou a libertinagem, mas, sim, com a finalidade de engrandecer a família, o trabalho, a política. Da forma como é, diferente do homem, a mulher pode e deve influenciar sua família, seus colegas de trabalho, o desenvolvimento do país de maneira positiva, demonstrando valores de respeito, dedicação, honestidade, reconhecimento dos méritos à sociedade.
Sinceramente, acho que as mulheres deviam buscar diminuir suas cargas horárias de trabalho fora de casa; deviam se dedicar mais à família, principalmente se forem casadas e tiverem filhos. Se a questão financeira as impede disso, então, a justificativa para a penosa opção de trabalhar em tempo integral é razoável, mas sempre que possível, as mulheres deveriam priorizar seus relacionamentos.

Àquelas que envidam todas as suas forças na busca pela realização profissional, recomendo uma reflexão sobre a verdadeira razão disso. Mesmo que ela não queira ser mãe, o que para mim já é uma faceta perigosa da luta encabeçada pela parcela mais radical de feministas, pelo menos, não deve fugir ao seu compromisso de zelo consigo mesma. Mulher, aprenda a cozinhar e organizar o seu espaço, cuide de sua saúde, faça atividade física, leia bons livros e tenha relacionamentos com as pessoas de sua família. Não permita que a igualdade seja um tiro pela culatra; o mundo precisa de vocês.