Como disse na última postagem, um dos planetas no meu planetário é a Comissão de Ética da qual faço parte. Durante esses quase dois anos que tenho atuado como Conselheira, soube de muitas histórias de condutas antiéticas, tive contato com muitas pessoas que valorizam a ética, recebi várias denúncias de irregularidades no órgão, soube de exemplos bem sucedidos e troquei experiências com Conselheiros de outras comissões.
Toda essa carga de informações despertou em mim o interesse de escrever sobre ética na Administração Pública Federal. Assim, sinto a necessidade de colaborar, além da minha atuação na Comissão, fomentando a atitude ética aos servidores.
É a série ÉTICA FICA BEM. Segue mais um texto.
O ser humano é por natureza um
animal social, como já constatara Aristóteles. Numa linguagem moderna, nossa
vida é uma rede social, composta por muitas relações: no trabalho, na família,
na escola, na igreja.
Com o amplo acesso à internet, popularizou-se a utilização de
programas de relacionamento e redes sociais. Por meio de tablets, smartphones,
notebooks, qualquer pessoa se conecta ao mundo, não importando o lugar e a
hora. Todo esse acesso, se bem utilizado, pode promover um relacionamento positivo
entre as pessoas.
Porém, se mal utilizado, o acesso
às redes pode ser um problema. O grande fator para que isso ocorra é utilização
não criteriosa da rede e dos dispositivos. Conectar-se à rede no lugar e na
hora errados pode ser muito inconveniente. Há pessoas por aí viciadas em
facebook, twitter, instagram, e whatsapp, por exemplo; a qualquer hora que você
as encontre, elas estarão de olho no dispositivo móvel. Chega a ser uma
dependência psicológica e isso não pode ser saudável.
Imagine um servidor público que não consegue “desgrudar” do celular, porque o tempo
todo recebe notificações das redes sociais das quais faz parte, prejudicando
suas atividades no trabalho. Imagine também um colaborador do serviço que fica “pedurado” no telefone, falando com a família inteira durante a
jornada de trabalho. Situações como essas devem ser evitadas por aqueles que
prezam pela ética.
O Código de Ética dos Servidores Públicos do Poder Executivo Federal, sobre esse
assunto, diz:
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular;
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor que exerça suas atribuições, como fim de evitar dano moral ao usuário;
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor que exerça suas atribuições, como fim de evitar dano moral ao usuário;
Dessa forma, por mais social que a pessoa
seja, ela deve ter em mente que existe momento adequado para acessar os
dispositivos que possui, e que é necessário ter bom senso e
equilíbrio na sua utilização. Quando se trata, então, de um
agente público, é preciso ter um cuidado ainda maior com essa questão.
O
serviço público está relacionado intimamente com o interesse público, que é a
finalidade pela qual os órgãos existem. O servidor não pode simplesmente deixar o seu
chefe ou o cidadão usuário do serviço esperando, porque está conferindo sua
conta no facebook!