Não é de se admirar que os
cidadãos de Brasília adquiram cada dia mais os seus próprios veículos
automotores. Com as condições de compra facilitada das concessionárias e
considerando o péssimo transporte público de que Brasília dispõe hoje, não é
para menos que nossas vias estejam entupidas de carros e motocicletas.
Mas para quem deve escolher entre
enfrentar o trânsito infernal da EPTG na sua própria condução em horário de
pico, ou o empurra-empurra dos ônibus e do metrô, parece uma opção mais
confortável sair de casa para o trabalho utilizando o veículo próprio, ainda
que seja necessário partir com uma hora e meia de antecedência. Assim, ao menos
o assento é garantido.
É bem verdade que essa solução
adotada por muitos brasilienses não é nada sustentável. Os engarrafamentos
comprometem a qualidade de vida de muita gente: a poluição sonora e atmosférica
são perturbadoras, sem contar com o stress de enfrentar engarrafamentos desde o
início até o fim do percurso. A sociedade urge por melhoras no transporte da
cidade com urgência. A solução mais viável para a situação é o transporte
coletivo; isso é unanimidade.
Quem já passou pela experiência
de pegar o metrô às 7h45, na estação da Praça do Relógio, em direção à estação
central, por exemplo, sabe como os trens já estão cheios. Há dias em que se faz
necessário esperar pelo segundo ou terceiro carro até que se tenha chance de ingressar.
O fato é que além da problemática do pequeno número de trens rodando no horário
de pico, os usuários desse transporte não sabem se comportar nas estações e no
interior dos veículos.
Muitas pessoas se arriscam,
espremendo-se para, literalmente, caber no trem, enquanto as portas se fecham.
Elas correm pelos corredores das estações, em tempo de empurrar e machucar
alguém, para garantir uma vaga apertada no vagão do carro que já está fechando
as portas. Na estação central, os passageiros que pretendem ingressar no trem
engalfinham-se para assegurar um lugar para sentar ou encostar. Existem também
aqueles que atrapalham os demais a entrar e sair dos vagões, porque “precisam”
ficar na porta do carro.
Esses problemas agravam as
condições já comprometidas do transporte metroviário. O cerne da questão no
metrô concentra-se em dois aspectos: a má educação dos usuários e o pequeno
número de trens rodando. A qualidade do atendimento, das instalações e dos
carros do metrô é relativamente satisfatória; mas o que deixa muito a desejar
mesmo são os problemas relatados acima.
Assim, apesar de ser uma
alternativa que, a princípio, seria excelente àqueles que não gostariam de ir
para o trabalho no próprio carro, o metrô se tornou um drama aos usuários que
dependem dele. Mas de uma forma ou outra, o trânsito se encontra muito
complicado. Seja de metro ou de carro, o cidadão se deparará com uma situação caótica
e estressante. Difícil é escolher o meio de transporte em Brasília!