O ANEL DE NOIVADO
Eu não podia acreditar! Estaria
aquilo tudo acontecendo mesmo? Eu sinceramente não me achava digna de tanto
amor e cuidado. E o Isaac estava tão feliz, tão feliz, que não parava de
sorrir. Parecíamos duas crianças. Que privilégio, meu Deus, era estar ali com o
meu amado vivendo aquilo!
Então, após alguns instantes, Isaac
se levanta, apanha no bolso do paletó uma caixinha de anel em formato de panda e
me entrega. “Agora, sim”. Eu pensei. Finalmente teria o verdadeiro anel no meu
dedo: um anel de noivado! Quanta expectativa!
A caixinha era um pequeno urso panda,
cuja tampa, a sua cabeça. Ao abri-la, todavia, meu semblante mudou. Não havia
entendido nada. E Isaac não parava de rir de mim... O pandinha estava vazio!
Com aquele jeitinho de menino sapeca,
olhando para mim, ele tira do bolso as alianças tão desejadas para colocarmos
um na mão do outro. Não havia mais brincadeiras. O momento esperado havia se
concretizado. Estávamos ali um na frente do outro, para viver o amor.
Minha expressão mudou novamente. Da
cara de assustada, transformei o rosto para completamente alegre. Estendi a mão
e Isaac colocou a aliança em meu dedo com dificuldade. Depois de uma ajudinha
minha, o anel finalmente havia entrado no dedo. E eu não havia entendido o
porquê do anel apertado. Teria eu engordado uns quilinhos? O anel seria pequeno
para mim?
Coloquei o anel no dedo dele e nos
abraçamos ali, na beira do lago... Que momento sublime!
Ao entrarmos novamente no carro para
irmos jantar, percebi que a aliança em meu dedo estava realmente apertada.
Havia alguma coisa errada. Tentei tirá-la, mas foi em vão. O dedo começara a
inchar. Isaac ao perceber minha tensão, tenta me ajudar, mas o dedo só ia
ficando cada vez mais vermelho e inchado.
O desespero tomou conta do meu tão
recente noivo. “E agora? O que vamos fazer?”. Perguntava ele, preocupado. Apesar
de assustada com o fato, eu estava bem. “Não se preocupe. Vamos até a farmácia
e compramos vaselina para ajudar a tirar o anel.”. Essa foi a minha ideia.
Mas o esforço foi novamente em vão. E
o dedo só ficava mais inchado. Quanto mais puxávamos o anel, mais parecia ele
se ajustar ao dedo. Sequer saía do lugar!
“Vamos a minha casa pedir ajuda ao
meu pai. Ele vai saber o que fazer.” Disse eu na última tentativa antes da
opção de partir para o hospital. Isaac não gostara muito da ideia, porque
queria falar com meus pais com calma sobre o noivado e pedir a benção deles
sobre o nosso compromisso. Com certeza, nos planos dele para a nossa noite
detalhadamente arquitetada, não estava a visita inesperada à casa de meus pais
para uma emergência.
“Mas, fazer o quê?”. E lá fomos nós
pedir ajuda ao meu pai.
[CONTINUA...]