sexta-feira, 8 de novembro de 2013

COMO ACONTECEM AS HISTÓRIAS DE AMOR - PARTE III

O ANEL DE NOIVADO

Eu não podia acreditar! Estaria aquilo tudo acontecendo mesmo? Eu sinceramente não me achava digna de tanto amor e cuidado. E o Isaac estava tão feliz, tão feliz, que não parava de sorrir. Parecíamos duas crianças. Que privilégio, meu Deus, era estar ali com o meu amado vivendo aquilo!

Então, após alguns instantes, Isaac se levanta, apanha no bolso do paletó uma caixinha de anel em formato de panda e me entrega. “Agora, sim”. Eu pensei. Finalmente teria o verdadeiro anel no meu dedo: um anel de noivado! Quanta expectativa!

A caixinha era um pequeno urso panda, cuja tampa, a sua cabeça. Ao abri-la, todavia, meu semblante mudou. Não havia entendido nada. E Isaac não parava de rir de mim... O pandinha estava vazio!

Com aquele jeitinho de menino sapeca, olhando para mim, ele tira do bolso as alianças tão desejadas para colocarmos um na mão do outro. Não havia mais brincadeiras. O momento esperado havia se concretizado. Estávamos ali um na frente do outro, para viver o amor.

Minha expressão mudou novamente. Da cara de assustada, transformei o rosto para completamente alegre. Estendi a mão e Isaac colocou a aliança em meu dedo com dificuldade. Depois de uma ajudinha minha, o anel finalmente havia entrado no dedo. E eu não havia entendido o porquê do anel apertado. Teria eu engordado uns quilinhos? O anel seria pequeno para mim?

Coloquei o anel no dedo dele e nos abraçamos ali, na beira do lago... Que momento sublime!
Ao entrarmos novamente no carro para irmos jantar, percebi que a aliança em meu dedo estava realmente apertada. Havia alguma coisa errada. Tentei tirá-la, mas foi em vão. O dedo começara a inchar. Isaac ao perceber minha tensão, tenta me ajudar, mas o dedo só ia ficando cada vez mais vermelho e inchado.

O desespero tomou conta do meu tão recente noivo. “E agora? O que vamos fazer?”. Perguntava ele, preocupado. Apesar de assustada com o fato, eu estava bem. “Não se preocupe. Vamos até a farmácia e compramos vaselina para ajudar a tirar o anel.”. Essa foi a minha ideia.

Mas o esforço foi novamente em vão. E o dedo só ficava mais inchado. Quanto mais puxávamos o anel, mais parecia ele se ajustar ao dedo. Sequer saía do lugar!

“Vamos a minha casa pedir ajuda ao meu pai. Ele vai saber o que fazer.” Disse eu na última tentativa antes da opção de partir para o hospital. Isaac não gostara muito da ideia, porque queria falar com meus pais com calma sobre o noivado e pedir a benção deles sobre o nosso compromisso. Com certeza, nos planos dele para a nossa noite detalhadamente arquitetada, não estava a visita inesperada à casa de meus pais para uma emergência.

“Mas, fazer o quê?”. E lá fomos nós pedir ajuda ao meu pai.


[CONTINUA...]

terça-feira, 22 de outubro de 2013

COMO ACONTECEM AS HISTÓRIAS DE AMOR - PARTE II



"Porque viver com você faz bem"

O tempo cronometrado ia passando e as peças aos poucos, se encaixando devagar. Ao perceber minha dificuldade de completar a tarefa, Isaac começa a me ajudar. Na verdade, a posição encurvada sobre o capô do carro e a penumbra do estacionamento não cooperavam muito. Se ele não ajudasse, eu certamente excederia os cinco minutos concedidos.
A figura do quebra-cabeça foi se formando e mostrando uma foto bem conhecida por mim: era uma foto nossa, uma das minhas favoritas! Havia algumas letras abaixo da nossa imagem que, com a última peça encaixada, completavam uma frase. Isaac havia reservado a última peça para colocarmos no lugar juntos. A sentença que se formara: “Amor, casa comigo”.
Não pude reagir de outra maneira. Pendurei-me no pescoço daquele homem e o beijei, dizendo que sim. Lógico que sim! Rimos juntos, sozinhos no estacionamento. Trocamos beijos e abraços até que o entusiasmo baixasse um pouco. Então, Isaac se pronuncia: “Ainda não acabou. Entre no carro, porque vou te levar a outro lugar.”.
Eu apenas sabia rir. Estava feliz pelo que havia acontecido e achava tudo tão criativo e inusitado... Isaac planejara minuciosamente cada detalhe da noite e eu me sentia especial por fazer parte disso. Eu nunca havia sido tratada desse jeito por ninguém! Como o amor dele me fazia sentir realmente alegre e querida naquele momento.
No caminho para nossa próxima parada, conversamos assuntos variados e nos divertimos com qualquer brincadeira que íamos fazendo. Tudo parecia ser motivo de alegria, já que estávamos juntos. Ele, então, comenta sobre alguns livros cristãos que tratam de relacionamentos, os quais eu demonstrara uns dias antes interesse em ler.
Inesperadamente, ele puxa do banco de trás do carro um exemplar de um livro, dizendo ter gostado muito desse em especial. Entrega-me o livro nas mãos e me surpreende com um livro sobre o nosso namoro. Ele havia escrito um livro e editado para nós! O título: “Porque viver com você faz bem.”.
Comecei a ler a sinopse e não pude conter as lágrimas. Meus olhos se embaçaram e não consegui continuar. Era tão emocionante perceber como a nossa história havia sido linda até aquele dia. A sinopse do livro em si já era emoção demais. Isaac, então, estaciona o carro, me convida para descer e começa a ler o livro para mim.
Nós estávamos no cais, à beira do lago Paranoá, em frente ao restaurante onde comemos juntos após o pedido de namoro, cerca de um ano e quatro meses antes. Ali, com a entonação apropriada e o charme que lhe é inato, o meu querido lê a nossa história, com os detalhes, mostrando as fotos, recitando as poesias, relembrando o que havíamos vivido até ali, por meio das páginas do seu livro.
À medida que a história passava, a narração se tornava mais atual. De repente, o livro começou a tratar de noivado, casamento e filhos. Além de retratar o passado, o futuro também era projetado de maneira graciosa, sob a visão desse autor tão inspirado.
Quando me dei conta, Isaac estava de joelhos, me pedindo em casamento, da maneira mais tradicional e romântica que se pode imaginar. [CONTINUA...]

sábado, 20 de julho de 2013

BARULHO: POR ISSO VOCÊ DEIXOU DE IR À ACADEMIA.


Você já teve a bela experiência de ir à academia, disposto a tirar o atraso dos dias que deixou de ir, para cumprir o seu dever consigo mesmo? Pode até ser que você só tenha ido porque pensou que pagou caro na mensalidade e concluiu que não faz o menor sentido perder o investimento, ou porque notou que deu uma engordadinha… Pois bem, por um motivo ou outro, nós, mesmo cansados, somos compelidos a ir à academia para malhar ou fazer uma ginastiquinha, se faltamos alguns dias.
O fato é que criamos um compromisso e nos sentimos mal se não o cumprimos. É verdade que algumas pessoas são completamente viciadas em academia; nesse caso, elas têm crise de abstinência se não batem o seu ponto na malhação. Mas, para maior parte dos seres normais (conscientes de seu investimento financeiro e da necessidade de “fazer alguma coisa”), deixar de malhar é motivo para um: “Poxa! Eu preciso ir à academia.”
Se você já fez parte desse grupo de pessoas que sempre retorna à academia após um tempo parado, vai entender agora por que deixou de ir algum dia. É lógico que existem mil fatores que te levam a se afastar por um tempo. Mas me diga se você não se irrita com o barulho que o ferro faz quando alguém deixa bater o peso das cargas dos aparelhos, irrompendo um som desagradável: PÉÉÉÉÉMMMMM!!!! Que barulho horrível. Dá vontade de pegar um halter e lançar na cabeça da criatura que permitiu que ele acontecesse.
Você pode até pensar que é frescura minha, mas pense na sinfonia maravilhosa que é o horário de pico da musculação: nessa hora descobrimos que nossos colegas são verdadeiros profissionais do barulho. Bem… exageros à parte, você há de convir que o som é extremamente incômodo. Eu mesma já levei vários sustos, quando, distraída, alguém no leg press fez um PÉÉÉÉÉMMMMM bem alto.
Outro dia, refletindo sobre o barulho das batidas das cargas, eu me lembrei de uma passagem da bíblia que fala sobre o amor: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine.”. E cheguei à conclusão que sem amor, além de a vida ser muito sem graça, ela chega a irritar.
Depois disso, minha percepção do versículo mudou. E mudou também meu sentimento quanto aos meus colegas de musculação. O barulho não deixou de ser terrível, mas aprendi a amar as pessoas que estão ali comigo para malhar. Talvez, elas estejam ali para espairecer, para esquecer seus problemas de casa, para treinar para alguma competição, ou para simplesmente se sentirem melhores. Elas, assim como eu, precisam de amor para que suas vidas não sejam como o barulho de um ferro batendo no silêncio. O som ecoa, incomoda e termina, sem mais nada.
Pense numa vida sem graça: ela começa sem sentido, produz um incômodo sem sentido e termina sem sentido! Não é isso o que eu desejo para mim, nem para niguém, meu Deus!
A minha experiência pessoal diz que há um amor muito maior do que o amor que qualquer pessoa pode dar, um amor que preenche o coração e traz sentido para a vida. Na verdade, a própria bíblia fala desse amor. O amor de Jesus faz com que tudo o que se faz na vida tenha sentido. E o som que ele produz é uma canção que alegra e abençoa outras pessoas. É um som que ecoa e não pára de ecoar, porque não acaba: é a vida eterna.
Eu aprendi que para que a malhação na academia tenha sentido, para que o trabalho, o dinheiro, a família, os projetos tenham sentido, só mesmo se o amor de Jesus estiver presente. Não posso deixar de malhar, de trabalhar, de viver. Mas busco aquele que pode converter o barulho desagradável da vida em uma linda canção de amor. Ele, sim, pode nos dar amor.
Aham! Achou que eu iria apresentar uma boa desculpa para você usar para não ir à academia, não é? Mas não. Todo mundo sabe dos benefícios da atividade física. Eu te apresento um motivo para amar as pessoas que estão na academia! E gostaria de te incentivar a ir a uma. Além disso, te apresento a proposta de mudar de vida. Convidar Jesus para morar no coracão é a melhor opção para trazer sentido à existência de qualquer pessoa.

Quem sabe a gente comece com uma campanha para dimiuir os ruídos nas academias…

quarta-feira, 5 de junho de 2013

COMO ACONTECEM AS HISTÓRIAS DE AMOR?

Como acontecem as histórias de amor? Elas não acontecem como nos contos de fadas, tampouco com o glamour dos filmes de cinema. As histórias de amor são escritas por Deus, antes mesmo que nós existíssemos. Elas acontecem sem ensaios, sem planejamento, quase sem querer, afinal, ninguém planeja se apaixonar! Essas histórias simplesmente acontecem do jeito que têm de ser.



A minha história e do Isaac começa assim. E hoje ela é muito melhor do que nós dois poderíamos imaginar.



O pedido de casamento perfeito


Completamos um ano de namoro há alguns meses, porém já há algum tempo que queremos nos casar. A certeza da decisão do casamento é confirmada a cada dia, não por pressões ou por interesses inconvenientes, mas pela alegria que o nosso relacionamento gera em nós, em nossas famílias. No nosso coração, já estávamos certos: íamos nos casar.

Em 1º de junho de 2013, então, meu querido namorado me avisa que temos um compromisso importante. Não disse o quê, nem onde, entretanto, deixou claro que eu deveria vestir a melhor roupa, e fazer a melhor produção: íamos a um evento chique conhecer uma pessoa importante.

Ao me buscar em casa para conhecermos tal pessoa, vestido lindamente com terno e gravata, exalando o perfume do nosso primeiro encontro, ele me cumprimenta com um sorriso gostoso e um abraço aconchegante. Abre a porta do carro para que eu entre e dá a volta no carro apressado para entrar também e falar comigo.

“Essa noite é muito especial!”. Disse ele, estampando nos olhos o brilho de uma expectativa que não conseguia conter. Deu-me um presente embalado numa caixa bonita. Abri-a e tirei uma roupa linda, que eu lhe dissera alguns dias antes que queria. Ele, satisfeito, me contemplava, como se eu fosse uma criança feliz ao receber um brinquedo. No fundo da caixa, contudo, havia outro embrulho, uma caixinha preta pequena em cujo o rótulo se lia “joalheria”.

Meu coração pulsou forte. Seria esse o momento tão especial de nossas vidas? Teria ele preparado uma surpresa para entregar-me uma aliança de noivado? Num instante de segundos, mil expectativas nasceram na minha mente, enquanto ele olhava para mim, pedindo que eu abrisse a caixinha.

Quando eu abri a caixa, vi que havia um anel, mas não uma aliança; não era ainda o “grande” momento. Alegrei-me com o presente, sem deixar que ele percebesse a minha frustração. Sem dúvidas, era um lindo anel, mas não era o que eu havia pensado. Coloquei-o no dedo e agradeci o presente com um beijo.

Feliz por ter me agradado, ele começa um breve discurso, enfatizando que para que a noite fosse perfeita era necessário que eu fizesse o que ele falasse. Eu precisava obedecê-lo. Sem entender aquilo, mas ansiosa pelo que ainda iria acontecer, eu disse que faria o que ele dissesse, sem problemas.

Ele dá partida no carro e dirige rumo ao Pontão, o calçadão badalado de Brasília, às margens do lago Paranoá. Ali, onde começamos a namorar, tão significativo para nós, era o lugar perfeito para mais uma surpresa na nossa noite especial.

Ele estaciona o carro e adverte: “Não saia do carro enquanto eu não te chamar, por favor.”. Então, apanha algo no banco de trás e segue para a frente do carro, espalhando sobre o capô do automóvel uma série de pecinhas pequenas que não pude identificar. Era para eu ficar de olhos fechados, segundo as instruções dele, mas eu não consegui refrear o impulso de olhar; a curiosidade foi maior, eu confesso.

“Pode vir.”. Saí do carro com cuidado. Salto alto é uma arte, ainda mais para alguém que não está acostumada a usá-lo. Fui até a frente do carro e me deparei com peças de um quebra cabeça espalhadas no capô, todas misturadas, prontas para serem encaixadas umas nas outras. “Você deve montar esse quebra cabeça em cinco minutos!”. Disse ele, com aquele riso encantador nos lábios.

[CONTINUA...]

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

E-mail a uma amiga concurseira



Oi. Que bom que me respondeu. Estou bem, sim... Estudando até passar no concurso!

Quero te dizer que não desanime. Antes de começar os seus estudos, ore e coloque sua vida nas mãos de Deus. A Bíblia diz que os planos de Deus são bons, perfeitos e agradáveis. Então, nada melhor do que deixar que Ele conduza sua vida no que diz respeito à área profissional e financeira também! 

Quando se começa a estudar, é necessário ter perseverança e confiança. Eu imagino que os contratempos que você teve tenham te desanimado, mas mesmo que nesse início suas tentativas não tenham sido muito produtivas, veja pelo lado bom: pelo menos você tentou! Isso já é alguma coisa.

Persevere até que seu tempo de estudo renda um pouco mais, até que você atinja seu alvo. E confie em sua capacidade. Para o concurso, tudo é uma questão de tempo e aprendizado. Você já lutou muito na vida, aprendeu, amadureceu e conseguiu chegar aonde está. Isso significa que ainda pode alcançar muito mais.

Não se esqueça de que Jesus é o seu maior aliado. Ele disse que jamais nos abandonaria. Peça que Ele esteja com você e te ensine as matérias que precisa aprender para a prova. É assim que eu tenho feito. A Bíblia diz que até durante a noite o Senhor nos ensina. Imagine: até enquanto dormimos, nosso coração é ensinado! Então, abra o coração para Jesus e Ele fará muito mais do que você imagina em sua vida.

Se apodere de todos os recursos que puder para que sua aprovação ocorra. Faça cursos, leia apostilas, atualize-se com a jurisprudência dos tribunais, inscreva-se em push de notícias, tenha seu tempo de lazer e atividade física. No que precisar de mim, estou sempre à disposição.

Que Deus nos abençoe em nossos estudos. Beijo.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

UMA CAUSA TÃO FÁCIL

Reunidos na sala de audiência, tomando cada um o seu lugar, autor e réu vão, aos poucos, se exasperando, fazendo comentários em voz audível, antes da sessão de julgamento começar, no intuito de intimidar o adversário:
"Porque aquele acidente de trânsito foi mesmo um erro dessa mulher!" Gesticulando, disse, cheio de si, o homem, com toda a razão do mundo.
"Por favor, queira deixar que a sessão comece e, então, eu trato do assunto." Pediu, discretamente, o advogado do jovem senhor, réu no processo.
"Mas me garanta que o Juiz saberá como realmente se deram os fatos. Ele perceberá que a culpa foi toda dessa barbeira!"
"Sim... Sim. Por favor, se acalme."
Dou outro lado da mesa:
"Mas era só que me faltava! Esse homem arrumando o maior barraco no tribunal... Ele sim é o culpado pela batida. E ainda se recusa a pagar pelo estrago do meu carro!"
"Não se preocupe, Senhora. Todas as evidências indicam que ele é o culpado. Nossa causa já está ganha." O advogado da autora do processo tentava confortar a cliente.
O clima da audiência já estava acalorado, mesmo antes de terem sido abertos os trabalhos da Vara. De um lado, o murmúrio da conversa entre o advogado da parte ré e o seu cliente enchia a pequena sala de um zumbido desconfortante.  De outro, a autora da ação e seu advogado fitavam seus olhares de maneira quase fulminante no réu e no advogado, do canto oposto da sala.
Situação perfeita para ver o circo pegar fogo, quer dizer, o Juizado Especial pegar fogo...
Entra o Meritíssimo Magistrado e se assenta em seu lugar. Faz-se um silêncio sepulcral por poucos segundos até que, antes que o juiz pudesse falar alguma coisa, adianta-se o réu a fazer esclarecimentos:
"Excelentíssimo, antes de qualquer coisa, eu gostaria de dar a minha versão dos fatos."
"O senhor deve aguardar o momento em que o interrogarei, por favor." Disse o juiz um pouco irritado com a petulância do réu, folheando o processo em cima da mesa, sem levantar os olhos.
Mesmo assim, sem se intimidar com a advertência do magistrado, levantando-se da cadeira, o jovem senhor começou a expor a história do acidente de carro, tendo achado que o juiz o tratara com desprezo. Queria ser ouvido antes, mesmo que fosse aos gritos.
Querendo ver como aquela situação iria acabar, o juiz resolve deixar o jovem senhor continuar a falar.
"Eu estava dirigindo na via principal, quando esta senhora que estava fazendo a tesourinha, entra na frente do meu carro muito lenta e gera toda a batida! Eu tentei desviar dela, mas, como estava a 120 quilômetros por hora, ainda peguei na traseira do carro pelo lado esquerdo..."
"O senhor estava a 120 quilômetros por hora? Como acha que a culpa não é sua, então?" Indaga já impaciente o juiz.
O silêncio impera na sala até que o magistrado o interrompe:
"A velocidade máxima da via era de 80 quilômetros por hora... Sinto muito. O senhor é culpado pelo acidente."
Depois de tomadas as providências processuais cabíveis, saem da sala de audiência o advogado da autora e sua cliente satisfeitos com o resultado do julgamento. Comemora o causídico:
"Não disse que iríamos ganhar? Nunca atuei em uma causa tão fácil! O réu se entregou sem ninguém nem mesmo falar!"